S. José, fora plantada de coqueiros. Sessenta carruagens públicas, leves cabriolés (alguns já construídos no Pará), percorriam agora as ruas, aumentando muito a animação das belas praças, ruas e avenidas.
Também vim encontrar os hábitos da gente consideravelmente mudados. Muitas das antigas festas religiosas tinham declinado de importância e sido substituídas por divertimentos seculares; reuniões sociais, bailes, música, bilhar e outros. Havia tanto desejo de divertimento como antes, mas agora tinham seguido um rumo mais racional e os paraenses pareciam copiar mais os costumes das nações do norte da Europa que os de Portugal. Tive a satisfação de ver muitas livrarias novas e também novo edifício com uma sala de leitura, onde se encontravam periódicos, globos, mapas e uma biblioteca circulante. Havia muitas tipografias e quatro jornais diários. A salubridade do lugar melhorara consideravelmente desde 1850, o ano da febre amarela, e o Pará já não era considerado perigoso para os recém-chegados.
Já vimos os melhoramentos visíveis da cidade; vejamos agora o lado negro do quadro. O custo da vida era atualmente quatro vezes mais elevado, como consequência natural da procura da mão de obra e dos produtos naturais de toda espécie que aumentara numa proporção muito maior do que a oferta, graças à chegada de grandes levas de habitantes não produtores, e à considerável importação de dinheiro, trazido pela companhia de vapores e pelos negociantes estrangeiros. O Pará era, em 1848, um dos lugares de residência mais barata no Continente Americano; era agora um dos de vida mais cara. Os artigos importados de alimentação, roupas e mobiliário eram mais baratos que os produzidos nos arredores, apesar-de sobrecarregados de impostos que variavam de 18 a 80 por cento, além dos