O naturalista no Rio Amazonas - T2

muito o seu perfume. Para obter-se um pouco do precioso líquido, fazem-se grandes talhos na casca e metem-se por baixo bocados de algodão. Visita-se a árvore diariamente e, espremendo o óleo do algodão, pode-se encher um frasco de cerca de uma onça, no fim de um mês. Uma das produções vegetais mais singulares dos campos é a sucuuba (Plumieria phagedaenica).(368) Nota do Tradutor Cresce luxuriante nas partes mais secas e forma, com as suas folhas compridas, brilhantes, verde-escuras, frescas e suculentas mesmo nos sítios mais áridos, e com suas flores alvas, parecendo jasmins, uma das mais belas decorações desses lugares solitários. A casca, as folhas e seus pecíolos produzem abundante líquido leitoso, que os naturais usam muito frequentemente como emplastro em inflamações locais, pincelando o líquido sobre a pele e cobrindo o lugar com algodão. Soube de muitos casos que se curaram, mas talvez o bom efeito seja devido ao calor animal, provocado no lugar pela pasta de algodão. O leite corre mais livremente depois das chuvas que caem entre a estação seca e a chuvosa. Esguichava então, com grande força, de qualquer parte da árvore que se ferisse com uma faca.

O aspecto dos campos muda muito com as estações. Não há aquela grande uniformidade de aspecto que se observa durante o ano todo na floresta virgem e produz a mais profunda impressão sobre o naturalista, por mais tempo que ele se demore na região. As estações, nesta parte da Amazônia, apresentam frisante contraste, embora a diferença não seja tão grande como em algumas

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