Problemas de Governo

Quem relancea o campo muitas vezes secular do trabalho humano, estranha a flagrante desproporção entre os valores criados pelo indivíduo, e as contribuições exigidas pelo organismo central diretor. O primeiro produz. O segundo deduz. Fundamento invocado: a prestação dos serviços coletivos à coletividade, serviços que a iniciativa pessoal não poderia convenientemente manter. Até certo ponto, é justa a alegação.

Sem o governo, entretanto, muitas vezes até contra ele, nasceram, evoluíram e triunfaram as grandes conquistas da cultura de nossas terras, as indústrias florescentes do algodão, da lã, da madeira, dos derivados da pecuária e tantas outras.

Hoje, conto nos mais vetustos anais, nas inscrições assíria, nos hieróglifos do Egito, na Bíblia como nos livros indianos, na tradição grega, como nos fastos romanos, epigrafia e documentos históricos consonam em provar quanto, ante os governos, é instável a própria vida individual, mais ainda a riqueza. Que significa senão isto, o multiplicado louvor aos reis e imperadores, aos funcionários e aos militares, que não saquearam aos fracos, respeitaram seus haveres, protegeram seus esforços, ampararam viúvas e orfãos?

Fiscalidade excessiva. — Certo, o critério moral e econômico depurou-se com o correr do tempo. Em nossos dias se não compreenderiam nem admitiriam, em períodos pacíficos, façanhas e espoliações como as listas de proscrição, embora se deva confessar que a Itália está revivendo o confisco político, eclípse transitório da consciência jurídica na pátria do direito.

Nesse assunto de exageros fiscais, diferenças entre épocas tão distanciadas, a serem analisadas

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