O bom padre deu-me três escravos, que já haviam combatido contra os índios, armados de espingardas e de facão do mato.
À medida que nós avançávamos, os negros cuidavam de mostrar-nos os diferentes sítios em que haviam aparecido, depois de alguns anos, esses inimigos ditos antropófagos.
Ouvindo nossos companheiros, meus criados se aproximavam assustados; o mais profundo silêncio sucedia às narrativas espantosas dos tais escravos e, constantemente, o arrieiro Manoel da Costa olhava a floresta, que guarnece a margem, e da qual era possível que surgissem os índios.
No tempo da expulsão dos Jesuítas, não havia selvagens em todo este distrito; foi somente seis ou oito anos depois dela, que eles começaram a cometer estragos (escrito em 1818). A primeira vez que se fizeram notar mataram animais a dente; cavalos, homens e depois ainda renovavam suas carnificinas e devastações.
Eu vou citar um fato que me foi contado por dois dos meus negros e terei cuidado de não transformá-los. Os selvagens atacaram, há um par de anos, os vaqueiros de Muribeca e se apoderaram de um negrinho de 10 a 12 anos de idade. Sabendo o que se passava, o chefe da fazenda enviou, no mesmo instante, no encalço dos indígenas, cinco escravos bem armados, entre os quais se achavam esses meus dois negros.