Segunda viagem do Rio de Janeiro a Minas Gerais e a São Paulo (1822)

os cumes da Serra da Tijuca cujas encostas estão cobertas de mata virgem.

Nada no mundo, talvez, haja tão belo quanto os arredores do Rio de Janeiro. Durante o verão, é o céu, ali, de um azul escuro que no inverno se suaviza para o desmaiado dos nossos mais belos dias de outono. Aqui, a vegetação nunca repousa, e em todos os meses do ano, bosques e campos estão ornados de flores.

Florestas virgens, tão antigas quanto o mundo, ostentam sua majestade às portas da capital brasileira a contrastarem com o trabalho humano.

As casas de campo, que se avistam em redor da cidade, não têm magnificência alguma; pouco obedecem às regras da arte, mas a originalidade da sua construção, contribui para tornar a paisagem mais pitoresca.

Quem poderá pintar as belezas ostentadas pela baía do Rio de Janeiro, esta baía que, segundo o almirante Jacob, tem a capacidade de todos os portos europeus juntos? Quem poderá descrever aquelas ilhas de formas tão diversas que de seu seio surgem, essa multidão de enseadas a desenhar-lhes os contornos, as montanhas tão pitorescas que as emolduram, a vegetação tão variada que lhes embeleza as praias?!

Agora gozava eu tanto mais deliciosamente o aspecto do campo, quanto de tal me vira privado durante o tempo de permanência no Rio de Janeiro.

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