PREFÁCIO
Não me cabe a iniciativa da publicação deste trabalho.
Como eu explico, páginas adiante, recebi do meu amigo Alvaro de Carvalho a incumbência de redigir para o Conselheiro Rodrigues Alves minhas opiniões pessoais sobre o Orçamento da União para 1918. Dei logo início a tal estudo e em Setembro do ano anterior preparei e entreguei a seus destinatários três cópias dele, endereçadas ao Conselheiro Rodrigues Alves, ao Dr. Alvaro de Carvalho e ao Dr. Francisco Sá, além do exemplar original, que para mim próprio reservei. Tive conhecimento, posteriormente, que sem intervenção minha levam-no também os meus amigos Drs. Altino Arantes, Armando de Salles Oliveira e Afranio de Mello Franco.
Nenhum intuito pessoal presidiu a essa divulgação. Tanto assim que, tendo já dezesseis anos de existência, nunca se tornou público, e só hoje se torna conhecido do grande público. Conservei esse relatório estritamente confidencial, conforme fora escrito.
Só condescendi agora, perante o argumento, ao qual eu nunca soube resistir, que, divulgá-lo, podia considerar-se como um serviço ao país. Não posso ser juiz no caso, mas posso acrescentar, para me justificar, a frase de Michel de Montaigne: Ceci est un livre de bonne foy.
Rio — Outubro de 1933.
CALOGERAS