presuntos de Lamego, perús cheios,
rosbifes, e leitões, tenras perdizes,
tostado arroz de forno, nabos quentes,
gansos, marrecos, patos, codornizes."
E entra pelo capítulo das bebidas e arrola tudo, num painel de gourmant sabido, treinado no "fardel das comidelas". Relembra, então, a glória dos comilões célebres, que fizeram a fama de outras eras, Clodio, Melon, Crotoniense, Fago, Mitrídates, Cambises, Filoxeneo, que deixaram o traço de sua insaciável garganta pela história. Chama-os "glutões já cadentes". Nós temos melhor. Cale-se, agora, a musa antiga:
"Desdobre-se a cortina bolorenta
sobre os nomes dos filhos lá da estranja.
Repimpem-se no templo da vitória
os brasíleos heróis que comem canja (14) Nota do Autor
Etéreo Caravagio trace as linhas
dos comilões de rúbidos toutiços,
que o tonel das Danaides tem por pança
onde cabem sem custo, mil chouriços.
Calem-se os Celtas, Gregos e Romanos;
Silêncio, ó Tuba Aonia e Lusitana!
Erguei-vos, ó glutões de minha pátria!
Temos coco, caju, temos banana!