Dos Clodios e Milões prodígios altos
Do ébrio Filoxeneo heroicos feitos,
Sem viço, desbotados, já sem cores,
Por terra vão caindo, em pó desfeitos.
Junto deles assoma ousado e forte,
O dente arreganhando, um deputado,
Que com quatro 'apoiados' retumbantes
Nos cofres da Nação tem manducado;
Um longo diplomata aparvalhado,
Com pernas d'aranhiço, extenso pé,
Que na Europa se fez profundo e sábio
No tráfico do fumo e do café.
Retumbante engenheiro de compasso,
O lume encaixotando nos planetas,
Metendo em Capricórnio, Libra e Vênus,
O sonante metal chucha com tretas.
Centenas de empregados - gente limpa,
Que os penedos não rói, por não ter dentes,
Encaixados no fardel das comidelas
A pátria reduzida a dobrões quentes.
Famintos tubarões, sedentos monstros,
Imortais tesoureiros de obras pias,
Que engolem pedras, o metal devoram,
Sem que ronque a barriga em tais folias;
Os sagazes carolas de ordens sacras,
Vigários, andadores, sacristães,
Que tragam, num momento, Igreja e Santos
Sem meter na contenda os capelães.