Fitogeografia do Brasil

isto é, frio, porque a vegetação é menos favorecida pelos fatores ecológicos.

Um simples exame de um perfil de nosso território basta para evidenciar uma série de motivos a variações climáticas.

Estas variantes, aliadas a outras de condições do solo, formam um complexo ecológico, climático-edáfico, a que se aliam também os seres vivos, de onde um grande complexo climático-edáfico-biótico, como o designou o Professor Setchell; variando as condicionantes, varia a vegetação que é por isso espelho do clima, segundo Emberger.

De um modo geral, sendo as nossas chuvas trazidas essencialmente pelos ventos marinhos ou alísios, temos na Cordilheira do Mar uma barreira que aí determina chuvas de relevo, favoráveis a florestas que, por isso, se estendem desde o Cabo Roque, no Rio Grande do Norte, até as Serras do Herval e dos Tapes, no Rio Grande do Sul.

Prosseguindo avante os ventos do mar, depois deste forte ricochete ascencional na Cordilheira litorânea, onde deixa grande parte de sua umidade, passam depois das matas costeiras, sobre áreas campestres, onde o ar quente que sobe determina uma convecção destes ventos que só adiante, no Brasil ocidental, podem despejar mais frequentemente grandes chuvas, sempre menos abundantes nas áreas campestres ou de solo submetido à constante insolação e com intensa irradiação de calor.

No Nordeste a falta de barreiras determina as secas que condicionam as caatingas.

No Brasil meridional o clima mais ameno, temperado, cria chances a lindas campinas de grande valor econômico; há aí uma zona, a da Araucária ou dos pinhais, que é uma relíquia da era mesofítica e que aí permanece acantonada e aí vive, graças ao clima temperado.

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