Para concluir este brevíssimo e singelo resumo da biologia no século XVI, duas palavras sobre os progressos da anatomia e fisiologia humana, que só então desfaziam alguns erros secularmente acumulados.
Há um nome que enche todo o século e é ainda hoje repetido com a mais justa admiração: André Vesalius, nascido em Bruxelas, em 1514. Indo estudar medicina em Paris, aos 18 anos, a palavra fácil, eloquente e sedutora de Sylvius, expondo as teorias divinamente inspiradas de Galeno, preferiu a lição fria mas muito mais verdadeira dos ossos dos sentenciados e da dissecção de animais. Passados três anos busca Veneza, e com 22 anos é nomeado professor em Pádua.
Aí, com o apoio de um governo esclarecido, perante assistência atenta e entusiasta, "excede a tecla expectativa". Em 1513 publica o grande in-fólio de 70 páginas De humani corporis fabrica e seu resumo, Epitome, de 31, ambos fartamente ilustrados por eminentes artistas, segundo preparações originais. Um ano mais tarde vamos encontrá-lo como médico de Carlos V e, depois da abdicação do mesmo, de seu filho Felipe II.
Em 1581 faz uma peregrinação a Jerusalém, nunca mais voltando ao Ocidente, ignorando-ne data de sua morte. Sobre sua personalidade diz Nordenskajold:
"A maior parte da técnica que é hoje praticada em todos os anfiteatros de anatomia é dele; os instrumentos usados atualmente são quase tais como os projetou e, em sua maioria, foram por ele introduzidos na prática das dissecções; o programa