É de espanto a sensação dos primeiros navegadores: espanto e encantamento. Já Pero Vaz de Caminha, na carta a El-rei sobre "o achamento desta vossa terra nova que se ora nesta navegação achou", observa que "à toda praia parma, muito chã e muito formosa", mas "os arvoredos são mui, muitos e grandes e de infindas maneiras".
Interessado mais pelos homens "pardos, maneira de avermelhados, de bons rostos e bons narizes, benfeitos, de cabelos corridos, tosquiados de tosquia alta, alimentando-se de muito inhame e outras sementes que na terra há", quase nada refere da flora e da fauna, e apenas conta que "atravessaram alguns papagaios por essas árvores, deles verdes e outros pardos, grandes e pequenos, algumas pombas seixas, maiores, em boa quantidade, que as de Portugal", e "aves pretas, quase como pegas senão quanto tinham o bico branco e os rabos curtos". E observa que não havia na terra "boi, nem vaca, nem cabra, nem ovelha, nem galinha, nem outra nenhuma alimária que costumada fosse ao viver dos homens".
Na carta de Américo Vespúcio ao gonfaloneiro de Florença Pietro Soderini (1503) diz que a ilha Fernando de Noronha "é desabitada, tem muitas águas doces e correntes, infinitas árvores e inúmeras aves marítimas e terrestres, tão simples que se deixavam apanhar à mão". E continua: "não vimos outro animal senão ratos mui grandes, lagartos com duas caudas e algumas serpentes".
Da terra firme dá conta na narrativa enviada a Lorenzo di Pier Francesco dei Medici (1501): fala dos homens de "corpos grandes e robustos, bem dispostos e proporcionados, de cor tirante a vermelha