Tanto mais valor tinha este sufrágio, quanto ali não nos achávamos aliados a nenhum grupo político, e a ninguém, absolutamente a ninguém, verbalmente ou por escrito, nos havíamos dirigido tratando de semelhante assunto.
De ânimo prevenido contra o Governo Provisório pelas más notícias sobre a gestão dos negócios públicos vindas durante nossa viagem ao nosso conhecimento, ao chegarmos à Capital Federal, então toda absorvida no desenfreado jogo de bolsa, vimos confirmadas aquelas e outras notícias que ainda mais indispuseram e conturbaram nosso espírito. Resolvemos, então, colocar-nos em franca oposição ao governo; mas, amigo e companheiro de lutas, como éramos do Marechal Deodoro da Fonseca, entendemos que, antes de assumirmos essa atitude, devíamos empregar os meios suasórios para desviá-lo do caminho errado que levava, tanto mais quanto, destarte, prestavamos melhor serviço ao nosso país. Nesse generoso e patriótico intento começamos a frequentar o Palácio do Itamaraty; mas breve nos convencemos de que seriam baldados todos os nossos esforços. A camarilha que cercava o Presidente da República, ávida e insaciável de riquezas adquiridas, embora, com o sacrifício dos créditos e da honra da nação, aproveitando-se, para conseguir seus fins ilícitos, do estado de excessiva irascibilidade a que o havia reduzido a moléstia que, há muito, o torturava, por insuflação, por intrigas e calúnias, havia arredado do Marechal Deodoro os homens de bem, os amigos da ordem, da paz e do progresso da República. Por outro lado, favoneando-lhe os méritos e os atos, por mais arbitrários, violentos e escandalosos que fossem, havia-lhe conquistado a predileção, o favoritismo, e, por esses meios reprováveis o trazia completamente dominado.
Quando, com muito cuidado e jeito, para não lhe irritar o sistema nervoso, referíamos atos seus que mais haviam desfavoravelmente impressionado o espírito público,