descobríamos em seus gestos a contrariedade, o desgosto que lhe ia n'alma, assim como quando usava veementes e acrimoniosas explosões contra aqueles que exerciam influência sobre seu espírito. Essas explosões, porém, não eram senão rápidos lampejos de sua grande alma, de seu amor à pátria, nobres sentimentos ilaqueados pela perversidade, a cobiça e a ambição desordenada da maior parte de seus conselheiros.
Um dia, irritado pelas censuras que lhe fazia a "Tribuna", jornal monarquista que se editava na capital federal, disse-nos: "Não me demorarei muito em armar duas companhias, uma de chicote e outra de machado: a primeira, para vergastar as faces dos redatores daquela... ; a segunda, para arrasar-lhe as oficinas". Tal era o estado a que o levara a enfermidade; e mais do que ela, os conselhos dos falsos e perversos amigos.
Pouco tempo depois, na presença da polícia de braços cruzados e do público estupefacto e atônito, consumou-se com toda a ostentação o grande atentado contra a liberdade da imprensa e do pensamento por militares do Exército que, naquele infeliz momento, se esqueceram da sua digna, elevada e nobre missão.
Tendo notícia de que o chefe do governo pretendia dissolver o Club Militar, de que éramos Presidente, vimo-nos obrigado a ir ao Palácio do Itamaraty, e, sendo-nos por ele confirmada aquela ameaça, daí ausentamo-nos por uma vez: não mais tivemos relações com o Presidente da República, apesar da formal declaração que, em nossa presença, na do próprio Marechal Deodoro da Fonseca e do tenente-coronel Jourdan, fez o tenente-coronel Lobo Botelho, de que o chefe da nação nos tinha no mais alto conceito, justamente quando acabávamos de declarar em termos enérgicos e positivos ao Presidente da República que ele não dissolveria o Club Militar e, se o fizesse, encontrar-nos-ia em nosso posto de honra.
Esta cena desagradável entre nós e o Marechal Deodoro da Fonseca tornamos pública em escritos insertos no "Jornal do Commercio" daquela época, que até hoje não foram contestados.