porque morre, se lhe tiram a folhagem. Os cactos, os mandacarus, flora de purgatório..., munida de espinhos, ergue-se espectral nas caatingas.
Schimper descreveu essa vegetação "tropófita", alternativamente higrófila e xerófila, segundo os períodos de umidade ou secura, brotando, enfolhando, florindo, frutecendo rapidamente, às águas e, declarada a seca, perdendo as folhas, defendendo-se por uma cutícula cerosa, providas de espinhos ou acúleos... para resistência à intempérie e à devastação. É aqui o tipo das caatingas, o mato branco rarefeito, nu e espectral, repetimos, silva horrida de Martius, latim alarmado, disse Euclides da Cunha, que agrada sempre repetir.
Queimam-se os espinhos e dá-se ao gado, cujos beiços se enrijecem com as cicatrizes que os acúleos lhes deixaram, sangrentos, doloridos, depois calejados... Vai-se buscar água aos poços ou cacimbas, a quatro léguas de distância, em lombo de burro, nos "jegues" incansáveis. Mas o cacimbão vai mostrando o fundo. Se o gado morre à míngua, não há mais a esperar, é a retirada... Uma troixa, do que se pode salvar, elevar, e com os outros que passam na estrada, é a mesma amargura, um calvário de mais passos apenas... O homem esgota tudo em torno para nutrir-se: o cardo zique-xique, em beijus;