Clima e saúde - Introdução biogeográfica à civilização brasileira

a batata da macambira, em farinha; a maniçoba, como se fora mandioca; as sementes da mucunã, torradas, pisadas, lavadas, relavadas, nove águas, em goma, ou mingau, ou sopa; o umbu é um agrado da Providência... o palmito da carnaúba, a palmeira providencial, até ela, último recurso... Que extrair dessa parca e às vezes nociva alimentação? Nem alento, nem esperança... Fugir, se não se cai vencido antes dessa resolução, que tanto custa... Deixar a terra em que se sofre tanto...

Já o dissemos, o regime pluvial não é escasso no Nordeste, senão relativamente. Se há anos sem chuva, em outros menos escassos ou abundantes, não retida água, ou catastroficamente raspando a terra e levando tudo rapidamente ao desaguadouro dos rios efêmeros, é, após, a mesma ruína. Em Quixeramobim, centro do Ceará, amago da zona seca, chove 608mm anualmente, enquanto é 998mm em Fortaleza, 1206mm na Paraíba, 1.266mm em Natal.

Em geral são nítidas as separações dos dois períodos "seca" e "verde": raro chove na estiagem. O mal é que o período de seca às vezes se dilata e invade o subsequente, no qual não chove, como era de esperar, e se emenda e continua outro período seco... Instala-se o flagelo,

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