Clima e saúde - Introdução biogeográfica à civilização brasileira

Cabo "Não" ("o Cabo Não, passareis ou não?" porque, além era a areia fervente do mar tenebroso...) e o que Gonçalo Zarco traz, de presente, ao Infante Dom Henrique, é verdura, folhagem da Ilha da Madeira, prova que se tinham enganado Aristóteles, Strabão, os árabes... pondo uma zona tórrida onde, ao contrário, a natureza era luxuriante... O périplo português pela Costa d'África é uma epopeia de cantos heroicos e trágicos, sucessivos: em 1488, Bartolomeu Dias passa o Cabo da Boa Esperança. Colombo, em 1492, chega à América. Vasco da Gama, em 1497, à Índia. Corte Real, Vespúcio, Caboto, Pinzon andam pela América, do Norte e do Sul. Em 1500 Cabral descobrirá o Brasil. Em 1519 Fernão de Magalhães dará a volta ao Mundo... Está a Terra revelada.

Depois das abusões, confundidas pela realidade, vem, com a decepção vencida, o entusiasmo lírico... É o Paraíso, são as Ilhas Fortunadas..., que se acham, é o Eldorado que se procura... E virá a ilusão do Bom Selvagem... Mas não morrem nem param os antigos prejuízos... Reaparecerão.

Entrementes, Fénélon viria assimilar os talentos às frutas — como Vergílio, que a cada planta dava o seu clima, a sua pátria — os figos e as uvas são mais doces e maiores na Provença que na Normandia. Também Boileau:

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