percebe ordinariamente uma modesta habitação rodeada de bananeiras. Ao longe vê-se elevar uma porção da cadeia marítima, cujo aspecto varia à medida que se sobe o curso do rio. O céu, perfeitamente sereno, era do azul mais brilhante; a verdura dos mangues e dos outros arbustos que bordejam o riozinho tinha esse frescor que não se pode deixar de admirar em todos os arredores do Rio de Janeiro, e a vivacidade dessas cores brilhantes formava um agradável contraste com os matizes confusos dos montes.
Partira ao meio-dia do Rio de Janeiro; cheguei às seis horas ao Porto da Estrela, onde já o rio tem muito pequena largura. Esta pequena povoação pertence à paróquia de Inhomirim e não possui mais do que uma capela construída sobre uma elevação e dedicada a Nossa Senhora (5)Nota do Autor. Desde que comecei a viajar no Brasil, lugar nenhum me apresentou tanto movimento como Porto da Estrela. Há dificuldade em nos encontrarmos uns aos outros no meio das bestas que partem ou chegam, dos fardos, dos almocreves, das mercadorias de todo o gênero que se acumulam nessa povoação. Lojas bem-sortidas fornecem aos numerosos viajantes aquilo de que carecem (6)Nota do Autor. Aliás, não existe, em volta de Porto da Estrela, nenhuma habitação digna de nota (1819); mas cultiva-se um pouco de café nos arredores. A primeira casa que se apresenta é o rancho destinado a abrigar as caravanas; é uma construção bastante longa, dividida em espécies de células por paredes de barro, e na frente da qual o teto prolongado forma uma vasta galeria cujos pilares são de tijolos (1819). Cada caravana se abriga numa das células do rancho, aí arruma a sua bagagem e faz a