infinitamente mais difícil do que a estrada direta de Vila Rica; não está, como esta última, ladeada por grande número de habitações, de vendas, de ranchos; os recursos aí ainda são menores, e o milho, indispensável aos animais de carga, falta quase completamente em todo o trajeto. O caminho do Rio Preto mostrou-me o que deveria ser a estrada grande de Vila Rica, pouco após a descoberta da província de Minas Gerais. Atravessando a rede de montanhas que se estende da cadeia marítima à cadeia interior (Serra do Espinhaço), deve necessariamente apresentar grandes desigualdades, e como a região das florestas compreende todo o espaço encaixado entre as duas cordilheiras, não se sai dessa região, como acontece na estrada de Vila Rica, e não se penetra na região dos campos(4) Nota do Autor, senão depois de se passar a Serra da Mantiqueira, parte meridional da mais ocidental das duas cadeias.

No caminho do Rio Preto encontrei muito poucas tropas carregadas de mercadorias; mas, em compensação, grande número de porcos e bois. É por este caminho que se fazem transitar quase todos os rebanhos de bovinos enviados da parte ocidental da província de Minas, onde se cria muito gado, para o Rio de Janeiro. Para esses animais não se carece das comodidades que exigem as caravanas de burros, e conduzindo-os por tal estrada, tem-se a dupla vantagem de pagar menores direitos e abreviar a viagem. Como não se poderia, provavelmente, embarcar bois e porcos sem despesas consideráveis, fazem-nos tomar o caminho de terra em Pau Grande, e passar, antes de