Viagem às nascentes do Rio São Francisco e pela província de Goiás 1º v

chegar ao Rio de Janeiro, pela Serra da Viúva, Aguasu e Irajá.(5) Nota do Autor.

Os bois são enviados à capital pelos mercadores do sudoeste da província das Minas, que os compram nas fazendas. Esses mercadores confiam integralmente a direção de um rebanho de bois e a venda desse gado a homens que se chamam capatazes e que, disseram-me, são muito bem-pagos. O capataz tem sob as suas ordens os boiadeiros, e cada um desses é encarregado de conduzir vinte cabeças; não se obrigam esses animam a caminhar mais de três léguas por dia, mas, até o seu destino, não se os deixa repousar; enquanto que é habito fazer-se caminhar todo o dia, e deixar pastar no dia seguinte, o gado que se conduz do sertão oriental de Minas à cidade da Bahia.

Os homens que levam os bois e porcos da comarca(6) Nota do Autor do Rio das Mortes ao Rio de Janeiro se reconhecem facilmente pelas atitudes e pelo vestuário. Há entre eles tantos brancos como mulatos. Como foram desde cedo acostumados a caminhadas longas e ao regime mais frugal, são geralmente magros, delgados e bastante altos. O rosto é estreito e alongado; de todos os mineiros são eles, talvez, os que têm menos expressão na fisionomia. Caminham com uma longa vara na mão, os pés e as pernas nus, e têm o hábito de dar grandes passadas. A cabeça é coberta por um chapéu de pala estreita, de forma bastante alta e arredondada (1819); usam uma camisa de algodão, cujas fraldas flutuam sobre calças do mesmo

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