outros. Negros armados de grandes aguilhões, e soltando gritos terríveis, forçavam os bois a entrar no rio; mas, apenas se sentiam n'água, procuravam voltar para a margem, apesar das pancadas que os condutores faziam chover sobre eles, apesar das causas empregadas em barrar-lhes a passagem. Em vez de avançar para a margem oposta, esses animais volteavam na água, precipitando-se uns sobre os outros, e não foi senão ao cabo de infinito trabalho que se conseguiu fazer passar todos. Os bois que vêm de muito longe, e que já encontraram algum rio, atravessam este sem dificuldades; mas custa sempre muito forçar esses animais a transpor a água pela primeira vez, e nessa ocasião muitos se afogam.

Não há balsa aí; servem-se de pirogas conduzidas por dois negros. Durante certo tempo a peagem esteve arrendada; em seguida, porém, passou o fisco a explorá-la diretamente, e, por acasião da minha viagem, rendia anualmente de 12 a vinte mil cruzados. A guarnição do registro compunha-se exclusivamente de um cabo e três soldados da milícia.

Não era a primeira vez que me achava no Porto da Paraíba; já visitara esse local quando, em 1816, habitava a fazenda de Ubá. Um parente do sr. João Rodrigues Pereira de Almeida, que, certa vez, desejou entregar-se aos prazeres da caça, convidou-me a acompanhá-lo. Começamos por transpor o rio, e apenas penetramos na floresta os cães levantaram um veado; este lançou-se à água e atravessou-a. Tornamos a passar para o outro lado do rio numa canoa; lá sentei-me sobre um rochedo e me pus a contemplar os lugares que me rodeavam. No porto a paisagem é animada pela presença do homem; aqui a natureza nada perdia da sua fisionomia primitiva. Uma volta que faz o rio escondia-me o resto do seu curso, e a parte que eu podia observar aparecia-me como um lago rodeado de florestas virgens. As águas banhavam as raízes das grandes