Mestre Aurelio entre as rosas
PEDRO NAVA
Na doce tarde burocrática,
o jardim pontual está cheio do riso das rosas
e há uma solenidade estática
no ar que parou...
Que parou para escutar os passos
de Mestre Aurelio que vem do Arquivo
e vai descendo para a casa propícia
na rua onde as placas azuis
trazem o nome do poeta estrangulado. (*)Nota do Autor
Mestre Aurelio não vê as rosas
nem as águas,
não olha o céu, não olha as árvores,
seus olhos estão cheios de outros céus, de outros ares
das águas claras das grupiaras
da saudade fina de Diamantina...
Há cinquenta anos
as casas da cidade da Chica da Silva
já eram velhas,
mas o sangue velho
dos Pires