da cidade de Santa Luzia do Rio das Velhas, a fim de prosseguir o estudo das mesmas, encetado na cidade do Pará.
Foi cruel, para mim, a separação dos meus! Eu tinha, apenas, onze anos de idade e nenhuma prática da vida, — o que me fez sofrer muito. Há, entretanto, desse tempo, duas figuras suaves e meigas, das quais nunca me esquecerei, porque foram como anjos tutelares que lançaram um pouco de conforto e de alegria nos dissabores e nas tristezas de minha solitária infância, torturada em um meio tão diverso daquele onde a mesma, até então, transcorrera. Essas figuras, cuja memória ainda hoje abençoo, são: D. Chiquinha de Oliveira, esposa de meu professor, e D. Maria Candida Vianna Teixeira da Costa (Sinhá), casada com o futuro senador Manoel Teixeira da Costa. Bondosas criaturas!
Havendo meu pai sido transferido, como juiz de direito, da comarca de Sete Lagoas para a de Diamantina, tive de interromper os estudos que fazia em Santa Luzia e, ao deixar essa cidade, trouxe comigo, e ainda o conservo, o seguinte atestado:
"Atesto que o Sr. Aurelio Egydio dos Santos Pires" (era assim que eu me assinava) "durante o tempo que frequentou minha aula, fê-lo sempre com assídua aplicação e muito aproveitamento, distinguindo-se sempre entre os seus condiscípulos, tanto por seu talento, como por um comportamento digno de todo elogio, não só na aula, como em minha casa, onde morou dois anos, pouco mais ou menos. O referido é Verdade, e eu o atesto em obséquio ao Merecimento.
Santa Luzia, 14 de julho de 1875.
Francisco de Paula Oliveira
(Professor Público de latim e francês)"