Pires desmentir as tradições natais nem apoucar a estirpe de que descendia e à qual ele e mais outros irmãos, pelos dotes do talento e da cultura, iriam acrescer novos brilhos e novos brasões.

No velho e tradicional Seminário da Diamantina lendária, começou a acumular o seu cabedal de cultura, em severos princípios de estudo, que iria concluir posteriormente no Liceu Mineiro de Ouro Preto, onde completou o curso de humanidades.

Àquele tempo, com uma inteligência de escol, ávida de saber, sob os severos métodos de estudos de um seminário de austera fama, bem se pode avaliar que estrutura humanista traria Aurelio Pires para a vida pública e para as conquistas da inteligência.

Foi esse sólido substrato de humanidades e de instrução clássica fertilizando uma mentalidade privilegiada, foi esse lastro de cultura, adensada, dilatada, aprimorada pelo estudo diuturno e infatigado que definiu a personalidade de Aurelio Pires, como um valor mental na coletividade, e que o destinaria ao triunfo na vida pública qualquer que fosse o setor que escolhesse.

Por pendor natural, elegeu a Medicina.

Aos 17 anos matriculava-se na Faculdade do Rio de Janeiro.

Aí, em pleno segundo ano, adoeceu gravemente. Teve de interromper os estudos e retornou a Minas. A moléstia cruelmente vinha destruir-lhe o grande ideal de sua vocação. Não podendo viver na Capital da República, onde existia uma das duas únicas faculdades médicas do país, teve de sufocar definitivamente a sua aspiração profissional. Estará aí, certamente, a razão maior que fez de Aurelio Pires o pioneiro mais incansável e devotado da fundação em Minas de uma escola de Medicina, desde os tempos de Ouro Preto, e que o tornou, ao lado de outros motivos relevantíssimos, o mais