Natureza, doenças, medicina e remédios dos índios brasileiros (1844)

Bahia terá erigido à memória do seu filho genial, um monumento mais perene do que o bronze.

Voltando ao motivo desta dissertação, acentuamos o valor dos originais estudos de Martius, que servem de marco inicial à etnografia científica brasileira. Por tudo quanto, em nosso país, era digno de admiração e estudo, se interessou o sábio amigo do Brasil, por ele amado como se fora sua segunda Pátria — "Er hat es aber auch geIiebt, wie sein zweites Vaterland". Ao seu caráter de escol se ajustava a divisa. — Candide et fortiter.

Subscrevemos as palavras do prof. E. Roquette Pinto: "Caminhai um pouco pelo Brasil; estudai-lhe a terra, as plantas, os animais, a gente... encontrareis, a cada passo, com as douradas pepitas que o velho Martius atirou à vossa estrada!"

Em carta ao seu amigo, J. J. Sturz, Cônsul Geral no Brasil, procurando indagar se já havia sido colocado, na Igreja N. S. da Conceição de Santarém, o Crucifixo por ele remetido em cumprimento da promessa feita, pelo modo milagroso por que fora salvo de um naufrágio, em águas do Amazonas, perto daquela cidade, Martius não se esqueceu dos índios brasileiros e assim se externou: "Se a contemplação daquele Crucifixo despertar em alguns devotos piedosa comoção, terei também eu feito alguma coisa pela infeliz raça americana, à qual sinto nada mais poder dedicar, a não serem votos piedosos. A proporção que envelheço é sempre mais intenso o meu interesse por aquela raça abandonada".

Para os estudos etnográficos brasileiros também colaboraram magistralmente: Maximiliano de Neuwied, Castelnau, von den Steinen, Koch-Grünherg, Max Schmidt, Peter Lund, Ladislau Netto, Couto de Magalhães, Ferreira Penna, Barbosa Rodrigues, Trajano de Moura, Paul Ehrenreich,

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