Natureza, doenças, medicina e remédios dos índios brasileiros (1844)

índios brasileiros são tão variadas e acentuadas como as de qualquer povo do mesmo grau de baixo desenvolvimento moral, civil e intelectual.

Naturalmente, a falta de ocupações diferentes, e de todos aqueles vários estados de excitação do espírito e dos sentimentos aos quais está sujeito o homem civilizado, se reflete no rosto, espelho da alma, privando-o da gradativa escala das mais delicadas expressões.

O mesmo se dá com os negros, a respeito dos quais alguns escritores, também injustamente, negaram fisionomia própria e variada em suas minúcias. Outro tanto se pode dizer da estatura, da cor, da pele e da barba; estes caracteres aparecem sob múltiplas variedades e não se acham tão uniformemente distribuídos em todos, de modo a se poder dizer, que a natureza, vazou tudo num só molde.

No Brasil, se veem índios altos e baixos, esbeltos e corpulentos, vermelhos acobreados, amarelados e até quase brancos, com pouca barba ou, se constantemente não a depilam, apresentam-na regularmente basta. De modo que, de todos os caracteres físicos atribuídos a essa raça, restam quase somente como predicados invariáveis, que se repetem nas diferentes circunstâncias, a brilhante cabeleira lisa e negra, invadindo bastante a testa e a barba.

Nunca vi índio algum com cabelos anelados, castanhos, vermelhos ou ruivos, nem com barba crespa.

Isto nos deve indicar, principalmente, que os caracteres peculiares dos brasis não podem ser vistos e concebidos

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