Natureza, doenças, medicina e remédios dos índios brasileiros (1844)

reconhecer nela um tipo mais generalizado ou mais limitado, em relação a todo o continente, é uma investigação mais ampla a que, no momento, não pretendo me dedicar.

Observando, imparcialmente, tem-se a convicção exata de que o índio brasileiro, quer se apresente nas matas virgens, quer nos extensos campos do Brasil, é o mesmo nos seus traços característicos e, por toda parte, se mostra como representante da mesma raça.

Depois de tê-lo observado num vasto território, desde o Trópico de Capricórnio ao Equador, desde as costas do Oceano até aos limites do Peru e Popayan, em circunstâncias mui diferentes e em vários graus de evolução civil, sempre encontrei os mais acentuados característicos, na estatura e proporções dos membros, na fisionomia, na cor e no revestimento piloso. Assim, pois, aqui me oponho à opinião que admite não se observarem nesses índios, as variações dos traços fisionômicos, notados nos povos cultos.

É verdade que eu e o meu falecido companheiro de viagem, von Spix, no começo da nossa convivência com os índios brasileiros, supusemos não haver diferença alguma apreciável. Isto, porém, era apenas devido à surpreendente novidade de todas as circunstâncias, às quais a nossa vista não estava acostumada e pelas quais fomos influenciados, como acontece a outros viajantes, no começo de suas investigações.

Somente depois que o sentido de observação se libertou das impressões mais gerais e se habitou a entrar em minúcias, reparamos que as fisionomias individuais dos

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