Farias Brito; o homem e a obra

O mestre que deu a um dos seus livros por título A VERDADE COMO REGRA DAS AÇÕES — apesar de todos os reveses, de todas as desilusões, de todas as injustiças — nunca, um só instante, sentiu o frio da indiferença ou o desejo covarde de evadir-se do batalhão sagrado, na pugna incruenta pela defesa dos direitos do espírito.

\"A verdade é o nosso dever supremo. Sejamos sempre verdadeiros: eis o princípio de toda lei e a condição de toda a nossa moralidade. Mas para que sejamos verdadeiros, devemos reconhecer em todos os que se apresentam como órgãos de uma consciência, o mesmo ser, o mesmo princípio que nos anima, a mesma essência eterna, e respeitar neles o que queremos seja respeitado em nós. Isto quer dizer: devemos ser solidários uns com os outros e solidários no todo\".

No princípio deste mesmo volume do Mundo Interior, Farias Brito sublinha que \"a verdade não pode ser triste nem má\". E na carta escrita a Jackson de Figueiredo em 30 de setembro de 1915 e publicada a 12 de novembro do mesmo ano pelas colunas do Paiz, classificando-se a si próprio, numa ironia amarga, de visionário, de cavaleiro andante das ideias, — e relembrando que não pretendera, com a sua obra, o aplauso dos grandes e dos poderosos, mas antes a dedicara à multidão anônima e em particular aos que sofrem (e daí o seu maior esforço em escrever com clareza, em linguagem simples,

[link=28006]Fotografia: Farias Brito[link]

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