Dos céus azuis ao fundo
É bem pequena a estrela...
E no entretanto — é um mundo!
Os sonetos sobre os vultos da Revolução francesa:
DANTÃO
Parece-me que o vejo iluminado.
Erguendo delirante a grande fronte
— De um povo inteiro o fúlgido horizonte
Cheio de luz, de ideal constelado!...
De seu crânio vulcão — a rubra lava
Foi que gerou essa sublime aurora
— Noventa e três e a levantou sonora
Na fronte audaz da populaça brava!...
Olhando para a história — um século é a lente
Que mostra-me o seu crânio resplandente
Do passado através o véu profundo...
Há muito que tombou, mas inquebrável
De sua voz o eco formidável
Estruge ainda na razão do mundo!
MARAT
Foi a alma cruel das barricadas!..
Misto de luz e lama!... se ele ria
As púrpuras gelavam-se e rangia
Mais de um trono se dava gargalhadas!
Fanático da luz... porém seguia
Do crime as torvas, lívidas pisadas
Armava, à noite, aos corações ciladas
Batia o despotismo à luz do dia
No seu cérebro tremente negrejavam