A glória de Euclides da Cunha

Poder-se-ia esperar que o espírito de justiça do Dr. João Ribeiro viesse dizer onde encontrou as emendas de sucessivas edições que o tornavam infiel à verdade dos fatos.

Poder-se-ia dizer que Euclides devera merecer dele qualquer que fosse o detalhe menos preciso que encontrasse, maior consideração, que lhe exigia a sua vida nobre e desditosa; porque não escreveu as suas obras como o Sr. João Ribeiro os seus livros, na luta pela vida, mas com preocupações intelectuais, não; Os Sertões, por exemplo, foi escrito, interserido das responsabilidades da reconstrução de uma ponte que ruíra, com estrondo, em uma pequena cidade do interior de São Paulo.

Também se poderia mostrar que o livro do Sr. Dantas Barreto iluminou-se de seus bordados para a apreciação do Sr. João Ribeiro, transcrevendo um artigo do Dr. Álvaro de Barros, professor da Faculdade de Medicina de Belo Horizonte, publicado em junho de 1915, na Folha do Commercio de Campos, sob o título "Pela Justiça".

Mas seria tudo isto uma maneira negativa de resposta ao artigo do Almanaque Garnier de 1914.

A acusação era grave demais, "'Os Sertões' não passam de um romance que, emendado em várias edições, ficou infiel à verdade dos fatos".

Pois bem, poucas são as emendas existentes da 1ª para todas as outras, até a 4ª.

A glória de Euclides da Cunha - Página 190 - Thumb Visualização
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