A VIDA
Na vida dos povos, como na dos indivíduos, toda expectativa de mudança é, quase sempre, um germe de esperanças. Era assim no Brasil de 1902. Ia começar o quarto período presidencial da República. A cada qual dos três primeiros coubera respectivamente manter a unidade nacional, pacificar o país e estabelecer a ordem econômica e financeira. Rodrigues Alves, estadista que viera da Monarquia, mas já exercera na República o governo do seu grande Estado e fora duas vezes ministro, tinha credenciais que afiançavam o seu programa de realizações, endossado por alguns dos auxiliares escolhidos.
Vivíamos desta sorte numa espécie de era vitoriana do período republicano, calma e sem sobressaltos.
Por volta dos primeiros dias de dezembro começou a circular um boato, sem origem e sem forma, como são os boatos, em todas as rodas, nas portas das livrarias, nos cafés, nos encontros de rua, por toda a parte, de que em breve apareceria um livro, libelo sobre a campanha de Canudos, de autoria de