A glória de Euclides da Cunha

um ex-oficial do exército, testemunha ocular, e chegava-se a assegurar represálias projetadas. A campanha de Canudos, desfechada tragicamente com a morte do Marechal Bittencourt, no Arsenal de Guerra, por ocasião do regresso das tropas, jazia esquecida, presente apenas em alguns nomes meio desconhecidos nas placas inexpressivas de algumas ruas. Nada mais.

Aparece por fim o livro esperado: Os Sertões. Passado o espanto da primeira hora, esperada a impressão das primeiras críticas, que formam a base da opinião, para o aplauso ou a reprovação, veio a ser assunto de todas as conversas.

Os três críticos em atividade então, Medeiros e Albuquerque (J. Santos), na Notícia, José Veríssimo, no Correio da Manhã, e Araripe Júnior, no Jornal do Comércio, foram as primeiras vozes a proclamar o timbre da obra magnífica.

Dois militares, J. da Penha e Moreira Guimarães, que entretanto não haviam participado da luta, embora com pequenas restrições, também foram pródigos nos louvores.

Araripe Júnior, sobre todos, acentuou a revelação esplêndida de um autor que se formara à margem da publicidade e surgira como nenhum outro, adulto, sem prévios ensaios, com obra-prima.

Confessava ter enfrentado o volume de 640 páginas indisposto e prevenido, mas, ao cabo das

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