A glória de Euclides da Cunha

É o próprio Euclides quem nos conta: ... "o Marechal Floriano, imutável na sua placabilidade temerosa seguisse triunfal e tranquilo a tomar o governo, obedecendo a um chamado do Itamarati, espantosamente disciplinado no fastígio da rebeldia que alevantara e indo depor o Marechal Deodoro vencido com um abraço, um longo abraço, fraternal e calmo".

Euclides, concluído o curso da Escola Superior de Guerra, é promovido a primeiro-tenente.

Manda-o chamar Floriano. Em carta a Lúcio de Mendonça, retraça ele o encontro: "29 de janeiro de 1893. Euclides, o Marechal precisa lhe falar hoje. Pinto Peixoto". Eis o bilhete. Lá fui constrangido na minha farda de tenente e atrapalhado com a espada. Encontrei o homem na sala de jantar, à vontade, em um dos dias de expansão. A filha mais velha, D. Ana, que já naquela hora matinal estava junto a uma máquina de costura, retirou-se logo depois que a cumprimentei. E o grande dominador abriu-me a apertadíssima pasta da sua intimidade:

— Veio em ar de guerra... não precisava fardar-se. Vocês aqui entram como amigos e não como soldados. Decorei textualmente. O grande doador de posições referindo-se à minha recente formatura e ao meu entusiasmo pela República, declarou-me que tendo eu direito a escolher por mim mesmo uma posição, não se julgava competente para indicá-la.

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