A glória de Euclides da Cunha

Que perspectiva. Basta dizer-lhe que estávamos em pleno despencar de governadores estaduais...

E eu (nesta época estava sob o domínio cativante de Augusto Comte, e que isto vá como recurso absolutório) — declarei-lhe ingenuamente que desejava o que previa a lei para os engenheiros recém-formados — um ano de prática na E. F. C. do Brasil. Não lhe conto o resto. Quando me despedi, pareceu-me que no olhar mortiço do interlocutor estava escrito: "não vales nada".


Foi feita a sua vontade: — um ano de prática na residência de São Paulo e Caçapava, de onde o arrancou a revolta de 1893. Tomou logo atitude definida e franca ao lado da legalidade. Dirigiu trincheiras no bairro da Saúde, conforme as notas preciosas daquele Diário, insertas nos Contrastes e Confrontos.

Começou uma época torva de inquietação e suspeita. Os menores acontecimentos, imperceptíveis em condições normais, tomavam proporções vultosas. Em meados de fevereiro de 1894 apareceu uma bomba na redação do jornal O Tempo. O Senador João Cordeiro escreve ao jornal pedindo o fuzilamento dos dinamiteiros. Sente Euclides da Cunha a responsabilidade do momento grave e escreve uma carta de protesto, que Ferreira de Araújo publica na Gazeta de Notícias. Responde o Senador e replica Euclides a 20, terminando assim: "Há nos

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