caem em um segundo, de 18 mil metros cúbicos".
Uma neblina constante sobe do abismo, velando a nitidez das formas abrutas da rocha e dando à formidável cachoeira algo de mistério no espanto que ela descerra, provocando exclamações como esta, de um espectador: "O rio parece cair das nuvens. Não é um espetáculo, é uma visão". Ou a dos irmãos Seljan, recentes exploradores boêmios: "Vimos ao mesmo tempo o céu e o inferno".
O rio precipita suas águas com fúria indomável pelo canal Grande, diz ainda Nestor Borba; pelos outros menores despenham-se as torrentes com fúria igual: ao se chocarem formam redemoinho enorme produzindo um estrondo medonho. Nesta luta horrível elevam-se colunas d'água a uma altura extraordinária, desfazendo-se em aguaceiro de uma beleza fascinante, não só pelas cores do arco-íris que tem geralmente, como pelo efeito do sol que, refletindo sobre as águas que se espalham no ar, faz de suas águas uma chuva de brilhantes.
"À noite, escrevia um espectador antigo, debaixo de um magnífico clarão da lua, um arco lunar desenhava sua curva pálida;