Capitais e grandeza nacional

CAPÍTULO I

A DOUTRINA PATRIMONIAL PRATICADA PELA METRÓPOLE PORTUGUESA

Fazendo contraste com as ideias hoje em curso sobre \"esta coisa infame que se chama o capital\" da linguagem marxista, com os estreitos conceitos da riqueza, imputados à filosofia cristã, com os erros fundamentais que afetam de maneira tão profunda a ordens patrimonial do país, a história da Colônia e do Império revelam uma atitude inteiramente diversa. Atitude de reconhecimento do capital como o principal fator da produção. Atitude de estímulo e amparo das nossas principais forças de trabalho: isto é: dos detentores dos meios de produção; dos elementos que aqui aventuraram seus haveres, sua vida, e lançaram as bases do \"grande Império\" sonhado por D. João III, dos continuadores desse esforço, no Brasil Reino e Império. Neste sentido pode-se falar numa tradição capitalista, aberta nos primeiros ensaios de exploração do século XVI e prosseguida até a \"época social\" a que nos referimos páginas atrás. Não é que na Colônia ou no Império não se tenha dado atenção ao problema do braço: uma massa de documentos existe que prova o carinho com que esse problema era olhado pelas administrações da época. Uma Carta Régia de 1704, — que reproduzimos

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