Capitais e grandeza nacional

para defender os seus patrimônios". Ora, a verdade é diversa, é mesmo a antítese do pensamento do sociólogo fluminense: os indivíduos preparam-se para defender seus patrimônios, precisamente pelas combinações jurídicas. E isso não só pelo que elas representam como armas, como instrumentos de ação ou coação externa, mas pelo que têm de pedagógico, pelas marcas que deixam, pelos hábitos que criam.

Uma mancha original parece pesar sobre as instituições coloniais. Para isso há um pretexto e uma causa. O pretexto: o estado de sujeição, de subalternidade em relação à metrópole. A causa: o fato de lembrar uma civilização do tipo católico. Contra a opinião corrente, seja-nos permitido dizer que nada tinham as instituições coloniais de humilhantes, seja para o nosso amor próprio, seja para os foros do país. Não eram instituições forjadas para povos africanos ou inferiores: eram instituições civilizadíssimas, europeíssimas (108);Nota do Autor eram as instituições postuladas pela ciência política da época, não devendo ser esquecido o fato seguinte: que o que era "colonial" aqui era "metropolitano", em Portugal. Do resto, tais instituições não se destinavam especialmente aos brasileiros, que pelo menos na primeira época não existiam;(109)Nota do Autor mas aos melhores portugueses vindos nas primeiras comitivas de ultramar, e sabe-se que neles estava representada a nata da aristocracia portuguesa da época, homens de armas, fidalgos de prol, descendentes de reis. Partir das instituições coloniais para xingar os portugueses, eis, portanto,

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