CAPÍTULO 1

POSIÇÃO DO PROBLEMA

Há cerca de um ano atrás, impressionado com o desenvolvimento que estavam tendo, entre nós, certas ideias de origem suspeita, caracterizadas por uma exagerada tendência social, de evidente obediência marxista, publicávamos na Folha da Manhã, do Recife, um artigo — "Por uma política de defesa dos capitais" — no qual dizíamos:

"Os publicistas pátrios já falaram bastante em "reivindicações sociais", em "conquistas sociais" e mesmo, sob certo ponto de vista, em "justiça social". Já falaram talvez demais. Parece que ou por incapacidade total para verem os problemas de governo sob outro prisma que não apenas este já gasto e monocórdio das "conquistas sociais", ou por visées politiques, ou possivelmente por um e outro motivo, o fato é que já chegamos à saturação nesse gênero de jornalismo ou de literatura. Parece que chegou o momento de tocarmos noutra tecla. Justiça social sim, mas sem esquecimento deste outro problema, fundamental no Brasil: o da criação e defesa dos capitais". (1)Nota do Autor

Tendo rematado o artigo em questão prometendo voltar ao assunto, que comportava mais largo desenvolvimento, os absorventes afazeres da Secretaria da Fazenda, que então dirigíamos, nos impediram de fazê-lo. O assunto, porém, não perdeu em atualidade e interesse, antes ganhou, pois o que observamos depois