Capitais e grandeza nacional

Com dissemos, não nos parece que os impostos cobrados pela metrópole portuguesa, para fazer face às despesas da administração, fossem positivamente ideais. Mas que não eram esta obra-prima de arrochos das versões jacobinas, basta considerar a prosperidade da economia colonial. Compare-se, por um lado, esta literatura, eivada do pior jacobinismo, e do outro, o assombroso florescimento do país na época em que ele "gemia" sob esses impostos, e ver-se-á que esta tirania fiscal não passa duma das muitas fábulas de que são tão férteis os historiadores da chamada escola democrática.

O Sr. Luiz Amaral fala nos "grandes" saldos entre a receita e a despesa da colônia; mas aqui há ainda exagero: em começos do século XVII não havia nem déficit nem saldo. Frei Nicoláu nas Grandezas de Lisboa(159) Nota do Autor dizia: "54:400$000 que rende o Estado do Brasil gastam-se no mesmo Estado"; alguns anos antes, dava prejuízo, como se deduz do relatório do secretário de Estado Luiz Figueiredo Falcão, de 1607, que informa: "É menor a receita que a despesa do Brasil". Houve, é certo, períodos de saldos. Mas houve também períodos de déficits. Todo o século XVI por exemplo. Muitos outros exercícios dos séculos posteriores também. Simonsen dá as seguintes cifras das rendas da metrópole, comparadas com as despesas:

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