Capitais e grandeza nacional

os "patriotas" que quiserem defender os produtores coloniais já sabem: estão defendendo os açorianos, os vianenses, os galegos, não os brasileiros...

Mas prossigamos: os impostos eram mesmo tão onerosos quanto faz acreditar a história de origem jacobina e "cristã nova?" Não cremos que tenham sido ideais. Estão longe, porém, das versões que correm sob a responsabilidade de certos autores, que os dão como qualquer coisa de asfixiante, de devorante, de proibitivo de toda a vida na colônia. Das versões do Sr. Luiz Amaral por exemplo. Muitas delas relèvent de la surenchère, diriam os franceses. Por exemplo o Sr. Amaral espanta-se pelo fato dos tributos recaírem sobre os produtos aqui produzidos e consumidos. "O mais notável — são suas palavras — é que se taxavam os próprios objetos aqui produzidos e consumidos!" (Mas sobre que produtos o ilustre economista pretende que recaíssem?) Espanta-se da obrigação dos senhores de engenhos pagarem aos donatários determinado foro para explorar o açúcar. (Mas se não se outorgassem certos privilégios aos donatários, que viriam fazer eles aqui?) Espanta-se da obrigação dos lavradores moerem suas canas nos grandes engenhos, particulares ou reais. (Esquece, porém, que esta medida tinha por efeito, senão por objeto, favorecer os próprios lavradores). Espanta-se (mas o Sr. Luiz Amaral espanta-se de tudo!) do sistema de "arrematação" dos impostos. (Esquece, porém, que a administração pública é um pis-aller, e que "o mal não era nosso, era da época, pois até pouco tempo antes não era conhecido outro processo em todos os países do mundo" diz Victor Vianna). (158) Nota do Autor

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