CAPÍTULO I
GÊNESE DOS CAPITAIS BRASILEIROS
(SÉCULOS I, II e III)
Nas páginas atrás, estudou-se o conjunto de princípios e de medidas de natureza política, a legislação, as instituições, o que se pode chamar a tradição colonial no que diz respeito à ordem da produção e da riqueza — tradição que teve por base a máxima liberdade das classes produtoras; a segurança pública; as grandes sesmarias: um conjunto de favores, de regalias, de privilégios que permitiu a formação da riqueza em bases e segundo um ritmo que desconcerta pelo vulto e a rapidez. Não se negou o fundamento econômico da formação dessa riqueza, a existência dum mercado europeu extremamente ávido em relação aos produtos tropicais, tais como o algodão, o açúcar, o tabaco, o âmbar, a fertilidade do solo; a fome do ouro. Etc. Etc. Mas sustentou-se que tudo isto foi precedido pelos códigos, pelos costumes de trabalho, pela economia política aqui praticada com inflexível consciência pela metrópole portuguesa. Precedido e mesmo às vezes determinado, como prova a disparidade de desenvolvimento das primeiras capitanias, a Nova Lusitânia, primeiro, depois a Nova Lusitânia e a Bahia, sede do Governo, tomando ambas a dianteira sobre todas as outras, dada a sua melhor "polícia", o seu melhor