Capitais e grandeza nacional

coeficiente de ordem, a maior soma de segurança que se gozava nelas, comparada com o que sucedia nas outras donatárias. Com efeito, em todas as capitanias, ou em quase todas, a cana-de-açúcar podia ser perfeitamente cultivada e teria ao mesmas facilidades, seja de produção, seja de escoamento, que teve, por exemplo, o produto pernambucano ou o predileto baiano; no entanto devido a circunstâncias ligadas ao problema da segurança, da ordem e mesmo ao regime dominical, muitas delas marcaram passo, outras fracassaram; entre aquelas a própria São Vicente, não obstante ser depois da Bahia a única entre as capitanias que contou com assistência financeira direta do Erário Régio — fato de primeira importância para mostrar que, nessa matéria, o interesse individual é mais competente e trabalha mais barato do que o estatal.

Essas as condições. Mas os resultados? São eles de tal importância, que justifiquem a tese desenvolvida neste ensaio: a de que uma política de inspiração nacional, dadas as condições ainda coloniais do país, e a exemplo do que se praticou no período colonial, há que se apoiar num regime de proteção dos capitais, de segurança para as iniciativas, de liberdade e mesmo de privilégios para os capitalistas e produtores em geral? Os fatos e cifras relativas ao desenvolvimento da riqueza no período em estudo autorizam a dizer que sim. E fato importante: tais resultados não foram só consideráveis: positivaram-se logo nos albores da colonização, menos de meio século depois da instalação dos donatários já se assinalando índices mais que apreciáveis: em 1550, já em Pernambuco havia cinco engenhos, "moentes e correntes" e em 1572, já Garcia d'Avila, na Bahia, era um grande proprietário.

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