Pyrar de Laval, dez mil. Rocha Pitta, 12 mil. Para não pecarmos por excesso de otimismo, fiquemos nas cifras de Cardim, cinco mil arrobas, valendo, segundo o mesmo cronista cinco mil cruzados. Ora, cinco mil arrobas, valendo cinco mil cruzados, multiplicados por cem, número de engenhos existentes nessa época, equivalem a 500 mil arrobas, valendo 500 mil cruzados, que convertidos ao mil réis de 1937, 91$556 por cruzado, segundo a tábua levantada por Simonsen, dão a importante cifra de Rs. 46 mil contos em números redondos. Essa a produção em valor da indústria açucareira, na Nova Lusitânia, pelos fins do século XVI e começos do século XVII.
Não ficam no número de engenhos, e respectiva produção, os índices da prosperidade pernambucana no século I: exprimem-se noutras manifestações, noutras formas de riqueza, no valor dos capitais acumulados, no movimento comercial, já bastante intenso, no monumentalismo das construções, no luxo dos interiores e até na vida social, cheia de requintes... àqueles 66 engenhos — anotados em 1584 por Cardim — correspondia uma situação extremamente florescente: a indústria dava margem a larga capitalização e o bom do cronista registra fortunas de 30 mil a 50 mil cruzados, muitas com rendas de um mil a cinco mil, algumas de oito mil a dez mil, cruzados por ano. Nem eram — repita-se - fortunas excessivamente concentradas, como pode parecer à primeira vista. Para comprová-lo basta comparar o número desses grandes e médios rentiers, com o total da população: eram mais de cem — diz Cardim — para uma população de dois mil! (198) Nota do Autor Isto é: para