Cartas do Brasil

em grande apreço, como novidades que eram, as das influências biológica e fisiográfica no incremento da civilização. Por isso, ao explicar, sob tal aspecto, o progresso de São Paulo, perde de vista o fausto anterior de Pernambuco. Não vamos analisar pormenorizadamente a obra de Max Leclerc. Seria tirar ao leitor o prazer de descobrir por si próprio as qualidades e os defeitos das \"Cartas de Paris\". Pesando-os bem, com honestidade e desapaixonadamente, veremos que se equilibram, o que já basta para justificar a nova edição, sobretudo em se tratando de documento ainda inédito em português na nossa Brasiliana.

Há mais porém. Se a Brasiliana em idioma estrangeiro é copiosa em relação à fase colonial e ao Império, pouco se escreveu alhures sobre a nossa vida republicana. O que de melhor possuímos a respeito devemo-lo a escritores brasileiros: Oliveira Viana, Rui Barbosa, Eduardo Prado e outros. Um paralelo entre a opinião desses historiadores e sociólogos de nossa terra e os observadores alienígenas só nos pode ser útil. Em que pese a carência de recuo, a que já aludi, o testemunho do jornalista francês espelha o ponto de vista, senão do mundo, pelo menos de boa parte da Europa. A reação desta ante a lei da \"grande naturalização\" nele se reflete. Sua desconfiança na palavra de Rui Barbosa também.

Cartas do Brasil - Página 10 - Thumb Visualização
Formato
Texto