autoridades sanitárias dos dois países, Brasil e Argentina, incômodas dissenções se erguem a cada instante. Rio não tem a reputação do que se pode chamar um health resort, mas, na qualidade de bons vizinhos, não perdem os argentinos a oportunidade de dar à capital do Brasil uma reputação bem pior sem dúvida do que a merecida. Em Montevidéu a "Saúde" patenteia extrema desconfiança para com os navios que tocam no Rio. Assim é que o "Portugal", das "Messageries Maritimes", se viu forçado a uma quarentena de dez dias, por ter perdido um passageiro entre Rio e Montevidéu, na sua última travessia, embora não se soubesse exatamente onde embarcara o indivíduo, nem de que jeito. O caso, bem que duvidoso, foi classificado pelas autoridades uruguaias entre os de febre amarela.

Essa recordação de um fato recente assombrava os espíritos a bordo do "Plata". Quando se soube, em Lisboa, que o barco depositaria malas postais no Rio, houve murmúrios; mas quando se veio a saber, mais tarde, que o vapor transportava um passageiro para o mesmo porto, os semblantes se anuviaram; finalmente, quando o paquete teve que entrar na enseada do Rio, embora, por algumas horas apenas e sem estabelecer comunicação com a terra, muitos rostos empalideceram, amarelaram, e