Cartas do Brasil

quando se revelou que decididamente o correspondente do "Journal des Débats" ia desembarcar a indignação sucedeu ao estupor. Formaram-se grupos, conciliábulos animados realizaram-se por toda parte, chegando-se sempre, através de um raciocínio tão altamente sútil que se evaporaria em caminho caso o transmitisse a meus leitores, a seguinte e lamentável conclusão: se deixarmos desembarcar no Rio esse jornalista, seremos considerados suspeitos em Montevidéu; é preciso portanto impedí-lo de descer.

E o bom comandante Baule teve que sofrer o assalto de seus passageiros que haviam jurado conservar-me em sua companhia. Entrementes, a embarcação que devia levar as malas acostara e o comandante me fez passar silenciosa e rapidamente - como uma simples carta - pela portinhola de comunicação.

Por certo sinto-me imensamente grato a esses amáveis argentinos por terem mostrado tanto apego à minha pessoa, mais ainda, porém, sou reconhecido ao comandante Baule por me ter permitido chegar ao Rio antes de todos na qualidade de representante da imprensa francesa.

Trazia eu uma carta de apresentação para o diretor da alfândega marítima, o guarda-mor. Introduzido imediatamente em seu escritório, deparei

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