militares, os quais lhe retribuiram a desconfiança na mesma moeda, pôs na cabeça quebrar a força do exército, reduzi-lo à impotência. Seu plano, ao que se comentava, consistia em dispersar os regimentos afastando-os da capital para os confins do Império e em seguida dissolver o exército. A Guarda Nacional o substituiria; ela tinha apenas seus quadros, por ora, mas esperava reunir dois mil guardas nacionais a 2 de dezembro. O ministro da Guerra deveria passá-los em revista no dia do aniversário do Imperador.
Enquanto tais projetos tomavam corpo e o primeiro ministro se preparava para executá-los, espalhou-se o boato de que o Imperador pensava abdicar a 2 de dezembro em favor da condessa d'Eu, à condição de renunciar ela imediatamente a seus direitos e aos de seus filhos em benefício do príncipe D. Pedro Augusto de Saxe-Cobourg, filho mais velho da segunda filha do Imperador. Parecia pouco provável que a condessa D'Eu de bom grado sacrificasse seus direitos e principalmente os de seus filhos, mas o certo é que a imensa maioria dos brasileiros estava resolvida a não admitir que o Conde D'Eu se aproximasse do trono. Pretendia-se agir e teria havido, fatalmente, a 2 de dezembro, uma revolução de Palácio, talvez mesmo um movimento popular.