As despesas do colégio estavam pagas. Além dos 72$000 remetidos em novembro de 1845, havia mais os 65$630 que "paguei de pertences a Antônio José em 30 de junho de 1846" e "Mais que paguei ao Colégio de Matozinhos, a 30 de junho de 1846, 145$500".
É possível que até estivessem bem os meninos, porém jamais como em companhia do tio, o reverendo padre Felisberto Rodrigues Milagres, varão de grandes conhecimentos e aprimoradas virtudes.
Ao findar-se o ano, Antônio Rodrigues Pereira, recebendo de retorno os filhos, anotava em seu livro de apontamentos: "A 12 de dezembro de 1846, paguei de despesas que fizeram em Prados 30$000. Mais, na mesma data, de jaquetas, chapéus e outras miudezas, 17$300. Mais, de livros que vieram do Rio, a 13 de novembro de 1846, 53$400."
Vinha, também, do padre Felisberto, da austeridade dos seus hábitos, a nota profundamente humana e singela, mas que em sua singeleza diz tanto do que era ele e do que eram os meninos:
"Meu irmão
Que continue a viver venturoso, com nossa madrinha e todos, anelarei sempre.
Vão em féritas os nossos estudantes e legam-me saudades; as férias finalizam-se em 6 de janeiro, dia em que devem regressar para o estudo.
Quero três mudas das suas uvas ferras; e quando vierem os meninos, mande-me duas mudas de salsa de arear ou alimpar dentes: as ferras só em julho de ano futuro.
Prados, 12 de setembro de 1846
Seu mano ama-te
Felisberto R. Milagres."
A preocupação de aproveitamentos que dominava o pai não abandonava o mestre.