Viagem à comarca de Curitiba

se distinguem pelo aspecto, natureza do solo e sua produção, e cujos limites vão até onde desaparecem as características que sugeriram a imposição de nomes particulares e daí por diante deixam de ter aplicação. Começam os Campos Gerais à margem esquerda do Itararé. A região é muito diferente da que a precede, a nordeste, e termina a pouca distância do Registro de Curitiba (2) Nota do Autor, onde o solo começa a diferençar-se e, às aprazíveis paisagens, sucedem-se sombrias e majestosas florestas.

Inegavelmente, são esses campos uma das mais belas regiões por mim percorridas desde que chegara à América. Não têm eles a planura monótona dos campos de Beauce; nem por isso, entretanto, são as ondulações do terreno tão acentuadas que não permitam divisar-se enormes extensões de pastagens até onde a vista possa alcançar. Nas depressões do terreno surgem, esparsas, manchas florestais em que predomina a útil e majestosa araucária, cuja cor escura contrasta com o verde suave da relva. De quando em quando, deparam-se-nos, nas encostas das colinas, rochas a flor da terra, de onde cascatas se precipitam nos vales. Inúmeros muares e bovinos pascem no campo, dando vida à paisagem. As raras habitações são bem conservadas e circundadas de modestos pomares de macieiras e pessegueiros.(3) Nota do Autor O céu não é tão deslumbrante como nos trópicos, o que talvez seja mais conveniente à fraqueza da nossa vista.

Referi-me alhures(4) Nota do Autor aos limites da região em que se encontra a Araucária Brasiliensis; disse que essa árvore

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