secas de seis meses que em Minas e Goiás tão penosamente influem no sistema nervoso, e desconhecem-se as sezões ou febres intermitentes, tão comuns nas margens do Rio Doce e do São Francisco. Constantemente montados a cavalo, arremessando o laço ou reunindo o gado, galopando pelos campos e respirando ar puro, os habitantes dos Campos Gerais são sadios e robustos.(7) Nota do Autor É avultado o número de pessoas idosas; mas sabemos de sobejo que até nos países mais favorecidos pela Providência, as doenças jamais abdicam dos tristes direitos que têm sobre a nossa natureza. São o defluxo, a asma e as hemorroidas as enfermidades predominantes nos Campos Gerais, cumprindo-nos dizer, todavia, que infelizmente as doenças venéreas são aqui tão comuns como em outras regiões do Império do Brasil.
Seria erro pensar-se que a maior parte dos habitantes dos Campos Gerais se compõe de mestiços. Encontram-se ali muito mais homens realmente brancos que nos distritos de Itapeva e Itapetininga, tendo eu verificado que quase todos os operários da vila de Castro pertenciam à nossa raça. Assim, não é de admirar que, a despeito de sua profunda ignorância, os habitantes dos Campos Gerais tenham melhor pronúncia e falem mais corretamente o português que os das vizinhanças da cidade de São Paulo, e não deem ao ch o som de ts e ao g o de dz, alterações introduzidas na língua portuguesa pelos índios, com os quais os colonos dos distritos de Castro e Curitiba pouco se misturaram.
Muito diferentes dos pobres mestiços que povoam os campos das circunvizinhanças de Itapeva, os habitantes dos Campos Gerais são geralmente de alta estatura e boa compleição, corados e de cabelos castanhos, revelando a sua fisionomia bondade e inteligência.