A semelhança no seguinte trecho não é menos incontestável:
Narrativa, p. 271
... Dentro nelas vivem logo cento ou duzentas pessoas, cada casal em seu rancho, sem repartimento nenhum, e moram de uma parte e outra, ficando grande largura pelo meio e todos ficam como em comunidade, e entrando-se na casa se vê quanto nela está, porque estão todos à vista uns dos outros, sem repartimento nem divisão; e como a gente é muita, costumam ter fogo dia e noite, verão e inverno porque o fogo é sua roupa e eles são mui coitados sem fogo; parece a casa um inferno ou labirinto; uns cantam, outros choram, outros comem, outros fazem farinha e vinhos, etc., e toda a casa arde em fogos.
Índios, p. 149
Nesta casa mora um principal, ou mais, a que todos obedecem e são, de ordinário, parentes: e em cada lanço destes pousa um casal com seus filhos e família, sem haver repartimento entre uns e outros, e entrar em uma destas é ver um labirinto, porque cada lanço tem seu fogo e suas redes armadas e alfaias de modo que entrando nela se vê tudo quanto tem, e casa há que tem duzentas e mais pessoas.
Compare-se mais o seguinte:
Narrativa, p. 274
Os pais não têm cousa que mais amem que os filhos, e quem a seus filhos faz algum bem tem dois pais quanto quer; as mães os trazem em uns pedaços de redes, a que chamam tipoia, de ordinário os trazem às costas ou na ilharga escarranchados, e com eles andam por onde quer que vão, com eles às costas trabalham por calmas, chuvas e frio; nenhum gênero de castigo têm para os filhos.
Índios, p. 150
Amam os filhos extraordinariamente, e trazem-nos metidos nuns pedaços de rede que chamam tipoia e os levam às roças e a todo gênero de serviço, às costas, por frios e calmas, e trazem-nos como ciganos, escarranchados no quadril, e não lhes dão nenhum gênero de castigo.